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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Sharon Kendrick. Todos os direitos reservados.

PAIXÃO NA TOSCANA, N.º 1242 - Agosto 2012

Título original: The Italian Billionaire’s Secretary Mistress

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2010

 

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

™ ®, Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-0616-0

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Capítulo 1

 

As coisas tinham de mudar, pensou Angie. Olhou para os dedos trémulos com curiosidade, como se pertencessem a outra pessoa. Mas não, aquelas unhas limpas pertenciam-lhe a ela, uma ingénua apaixonada por um homem que estava fora do seu alcance. Um homem que quase não se dava conta de que ela era alguém do sexo oposto e que a tratava como trataria um dos seus carros desportivos. Sim, era verdade que Ricardo tratava os seus carros com cuidado, mas ela não era um objecto funcional e inanimado ou era? Era uma mulher com os seus próprios desejos, desejos que nunca poderia satisfazer. Tinha de o deixar, devia fazê-lo. Porque, se não fizesse alguma coisa para o evitar, passaria o resto da sua vida a amar um homem que não podia correspondê-la. E, mais cedo ou mais tarde, partir-lhe-ia o coração quando escolhesse uma esposa apropriada de entre a lista de actrizes e modelos com que costumava sair.

Ricardo Castellari era o seu chefe e o homem que povoava todos os seus sonhos. Mas por pouco tempo. No próximo ano, procuraria um novo emprego, longe da distracção daqueles olhos pretos italianos e aquele sorriso capaz de fazer com que qualquer mulher se rendesse aos pés dele. Embora há muito tempo que ele não sorrisse. Ricardo andava há alguns dias com um humor sombrio e ela não sabia porquê.

– Alegra-te, Angie, estamos quase no Natal!

As palavras da jovem dactilógrafa afastaram Angie dos seus pensamentos.

– É verdade – replicou Angie, obrigando-se a sorrir.

Era quase Natal e os escritórios da Castellari International estavam decorados com enfeites da época e alguns ramos de azevinho. Quando estabelecera a sua sede em Londres, Ricardo tinha proibido as fitas em nome do bom gosto. Mas, a pouco e pouco, fora-se rendendo aos pedidos dos seus empregados, conforme iam sendo introduzidos novos enfeites todos os anos, cada vez mais vistosos. Naquele ano, a sala dos empregados parecia a casa do Pai Natal, pensou Angie.

Havia enfeites em tons dourados, prateados, verdes e vermelhos à volta de todos os quadros e os faxes estavam enfeitados com luzes coloridas. O café que havia por baixo do escritório passava o dia a pôr canções de Natal e, no dia anterior, Angie tinha-se entusiasmado quando a banda do Exército de Salvação se pusera a tocar na praça e tinha dado uma nota de cinco libras aos músicos.

Sim, era quase Natal e isso era parte do problema. Essa era a razão pela qual Angie estava tão sensível. O Natal provocava qualquer coisa no mundo em geral e nas pessoas em particular, disse para si. Cristalizava os seus medos e as suas esperanças. Fazia-a sonhar, desejar e ansiar o desejado. E, por muito que ela tentasse o contrário, fazia-a dar-se conta das coisas que lhe faltavam na vida.

– Vais à festa do escritório desta noite? – perguntou a dactilógrafa, uma jovem chamada Alicia, que entrara para a empresa apenas há dois meses.

– Estás a brincar? – replicou Angie, esboçando uma expressão brincalhona.

– Como é? – perguntou Alicia, iludida. – Todos dizem que é fantástica, num dos restaurantes mais caros de Londres e sem olhar a despesas! E é verdade que o senhor Castellari fica a noite toda?

Angie estava habituada a que as empregadas novas ficassem impressionadas com o seu chefe. Não lhe tinha acontecido o mesmo? Também lhe tinha lançado olhares às escondidas e perguntara-se como era possível que um homem fosse tão bonito. A única diferença era que ela fora tirada da sala de dactilografia pelo próprio Ricardo para ser secretária pessoal dele. Embora não tivesse a certeza de porque a escolhera, tinha-se sentido nas nuvens. No entanto, as coisas tinham mudado. Às vezes, pensava que a sua vida seria menos complicada se não tivesse sido promovida. Desse modo, poderia ter continuado com a sua vida, ter tido em conta outros homens, longe da presença do italiano sensual.

Angie sorriu a Alicia.

– Sem dúvida. Ficará até ao fim.

A verdade era que o Natal não entusiasmava Ricardo, pensou Angie. Mas, uma vez por ano, esforçava-se para satisfazer as expectativas dos empregados da sua empresa. Esbanjava dinheiro numa festa de que se continuava a falar meses depois e dava a todos um bónus generoso. Inclusive a ela. Embora ela tivesse preferido receber algo mais... pessoal.

Dizendo para si que não fazia sentido desejar o impossível, Angie levantou-se e alisou a saia.

– Tenho de ir tratar de algumas coisas. Ricardo está prestes a voltar.

– Ah, sim? – perguntou Alicia, com inveja.

– Sim. Está a chegar do aeroporto.

Angie conhecia muito bem a agenda de Ricardo. A limusina escura iria buscá-lo ao aeroporto central de Londres. Ele sentar-se-ia no banco traseiro, afrouxaria a gravata e talvez começasse a ler alguns papéis. Ou falaria ao telefone numa das três línguas que dominava. Talvez também trocasse alguns comentários com o seu motorista, Marco, que também fazia de guarda-costas quando era necessário.

– Além disso... – continuou Angie e olhou para o relógio, – se as estradas estiverem limpas, poderá estar a chegar...

O bip de Angie começou a tocar e, apesar do seu esforço para o evitar, acelerou-lhe o pulso imediatamente.

– Desculpa – disse Angie, com um breve sorriso à dactilógrafa, tentando disfarçar o seu entusiasmo. – Mas já chegou.

Angie apressou-se para o seu escritório, contíguo ao de Ricardo. Esboçou um sorriso ao entrar na divisão espaçosa e iluminada. Porque, embora estivesse habituada a ela, não deixava de se maravilhar por trabalhar num lugar tão bonito. Parecia um postal.

A sede central da Castellari dava para a praça impressionante de Trafalgar Square, que estava sempre linda com a sua fonte e a sua estátua alta, mas nunca tão bonita como no Natal. O abeto alto enviado todos os anos pelo rei da Noruega estava iluminado e todas as janelas estavam enfeitadas com luzes de Natal. Angie ficou a olhar pela janela. Parecia... mágico.

Então, Angie ouviu o som de uns passos familiares no corredor. Passos que teria reconhecido até ao atravessarem a neve mais espessa. Correu para o receber e esforçou-se para esconder a sua melancolia, substituindo-a pela expressão tranquila e eficiente que Ricardo se habituara a esperar da secretária. Mas nada conseguiu conter a aceleração repentina da sua pulsação quando a porta se abriu e se encontrou frente a frente com a cara do seu chefe.

– Ah, Angie! Estás aqui. Ainda bem.

A voz de Ricardo, profunda e com sotaque marcado, acariciou a pele de Angie como se fosse de seda. Ele deixou o casaco e a pasta numa das poltronas de couro. Tinha o cabelo despenteado, como se tivesse estado a passar os dedos pela cabeça, e a gravata afrouxada, como ela tinha previsto. Lançando-lhe um breve sorriso, Ricardo pegou em alguns papéis e começou a olhar para eles.

– Podes preparar-me os papéis da oferta de compra de Pousasse?

– Claro, Ricardo – replicou ela e, de forma automática, apanhou o bonito casaco de caxemira dele e pendurou-o no bengaleiro.

Denunciaria a sua expressão que se sentia magoada porque o homem que não via há quatro dias mal a tinha cumprimentado?, perguntou-se Angie. Nem sequer «olá», nem «como estás». Se tivesse sido substituída por uma das outras secretárias, ter-se-ia dado conta? Mas as boas secretárias não deviam chatear-se por as tratarem como se fossem invisíveis. E ela orgulhava-se de ser uma boa profissional.

– Fizeste boa viagem? – perguntou Angie, com educação, enquanto depositava sobre a mesa a pasta que lhe tinha pedido.

– Nova Iorque é Nova Iorque. Já sabes. Cheia de gente, bonita – respondeu ele, encolhendo os ombros.

A verdade era que Angie não sabia, pois nunca tinha estado lá.

– Suponho que sim – comentou ela, engolindo a pergunta que desejava fazer. Teria visto Paula Prentice, a mulher com que todos os jornais o relacionavam há um ano? A bela Paula, tão loira e com um corpo tão impressionante, fora eleita «A mais desejada» por uma popular revista masculina.

Quando Ricardo tinha andado a sair com a beldade californiana, tinha passado muitos fins-de-semana em Nova Iorque e Angie não deixara de escrutinar o seu rosto com ansiedade quando ele regressava, perguntando-se se iria anunciar o seu casamento com Paula. Mas não fora assim. Para alívio dela, tinham acabado, conforme tinham afirmado os jornais, já que Ricardo nunca falava da sua vida privada.

– E como correu o assunto Camilla? – perguntou ela, pois esse fora o acordo financeiro que Ricardo tinha ido tratar a Nova Iorque.

Snervante! Frustrante! – traduziu ele, tirando a gravata.

– Já tinha entendido, não era preciso que traduzisses, Ricardo.

– Ah, sim? – perguntou ele, arqueando os sobrolhos. Saberia a sua secretária eficiente e calada o que era frustração?, perguntou-se. Duvidava. A única frustração que conseguia imaginar nela era a de não encontrar um novo desenho de ponto de cruz. Ou que se lhe avariasse a televisão, talvez. – Tiraste um curso de italiano?

– Não. Talvez o meu italiano seja mau, mas compreendo muito bem as tuas exclamações e os teus palavrões, depois de trabalhar para ti há tanto tempo! – replicou ela. – Queres um café?

Ricardo esboçou um breve sorriso.

– Eu adoraria um café, sabias?

– Claro, sabia-o porque...

– Porquê?

– Porque és completamente previsível.

– Sim?

– Como o sol que nasce de manhã. Dentro de um minuto, começarás a queixar-te de esta noite ser a festa do escritório...

– É esta noite? Madonna mia!

– Vês? – murmurou ela, aproximando-se da máquina de café que ele encomendara de Itália. – Completamente previsível.

Ignorando a pasta que tinha diante de si, Ricardo sentou-se e observou Angie durante um momento, pensando que era a única mulher que, de vez em quando, permitia que gozasse com ele. Sem dúvida, era muito menos tímida do que quando tinha começado a trabalhar para ele, embora a sua forma de se vestir não tivesse melhorado nada. Com expressão de desaprovação, reparou na sua saia e na blusa branca. Que roupa tão entediante! Embora talvez não devesse criticar o seu aspecto, já que a sua simplicidade fora uma das razões pelas quais a tinha contratado.

Ricardo andava à procura de alguém que substituísse a figura maternal daquela que fora sua secretária desde a sua chegada a Londres, uma mulher que deixara o emprego, apesar das suas súplicas, porque queria passar mais tempo com os netos.

Fora um dia cansativo de entrevistas, em que todas as aspirantes a serem a sua secretária lhe tinham parecido modelos em busca de algo mais.

Ricardo sabia o que queria e não queria distracções dentro do escritório, mulheres a cruzarem e a descruzarem as pernas para mostrarem os seus cintos de ligas ou a apoiarem-se na mesa para acentuarem os seus decotes. De facto, para ele, o escritório era um refúgio da atenção constante que as mulheres lhe requeriam desde que era adolescente.

O dia de entrevistas não fora nada frutífero, apesar de ter passado diante dele uma série de secretárias bem qualificadas, pois nenhuma delas se adequara ao que ele queria. Nenhuma delas se alterara quando lhes tinha dito que pretendia uma secretária à moda antiga. Não uma assistente, nem alguém que o tratasse em termos de igualdade. Também lhes tinha dito que não estava interessado em ensinar-lhes nada e que não havia possibilidade de promoções rápidas.

A sua afirmação ultrajante não tinha desanimado nem uma única candidata e Ricardo tinha rejeitado todas, pois tinha-lhe parecido que não tinha havido nenhuma que não fosse para a cama com ele antes que acabasse o dia. E ele queria uma secretária, não uma amante.

Mas, então, a caminho de casa, tinha passado à frente da porta da sala de dactilografia, onde tinha visto uma secretária minúscula a inclinar-se sobre um armário de arquivo. Para a sua sensibilidade italiana, o encanto daquela mulher era inexistente, pois usava uma saia funcional que não a favorecia e o cabelo apanhado num coque.

Então, ao observar a dedicação com que ela tinha procurado no arquivo, apesar da hora tardia, Ricardo tinha pensado que o mais provável era que aquela mulher não tivesse pressa em chegar a casa, nem era provável que tivesse uma horda de homens a fazer fila à sua porta. Talvez fosse una daquelas pessoas que viviam para o trabalho, dissera para si.

Ela tinha notado a sua presença, sem dúvida, pois tinha-se virado e tinha corado ao vê-lo ali. Há muito tempo que nenhuma mulher corava na sua presença, tinha pensado Ricardo, sorrindo.

– Posso... Posso ajudá-lo, senhor? – tinha perguntado ela, com o tipo de deferência que indicava que sabia exactamente quem ele era.

– Talvez – respondera Ricardo, escrutinando os arredores da sala comum e depois olhando para os dedos compridos da sua interlocutora. – Sabes escrever à máquina?

– Sim, senhor.

– Depressa?

– Oh, sim, senhor.

– E o que dirias se te pedisse que me fizesses um café?

– Perguntar-lhe-ia se o queria simples ou com leite, senhor – tinha replicado ela, com suavidade.

Ricardo tinha sorrido. Aquela mulher não parecia ter muitas ambições, nem mostrava a atitude moderna ridícula das que não estavam dispostas a servir os homens.

Angie fora instalada no seu escritório no dia seguinte e, até àquele momento, fora a melhor secretária que tinha tido. Sobretudo, porque sabia qual era o seu lugar e não tinha intenção de o deixar. E, mais ainda, porque não se apaixonara por ele, embora fosse óbvio que o adorava, como acontecia a todas as mulheres.

O cheiro delicioso a café interrompeu os pensamentos de Ricardo. Angie aproximou-lhe uma chávena de café. Cappuccino, porque ainda não era meio-dia. Depois do almoço, preparar-lhe-ia um expresso. Aquela mulher era como um bálsamo para a sua alma cansada, pensou ele, de repente. Como um longo banho quente depois de um voo transatlântico.

Durante um instante, Ricardo relaxou. Mas só durante um instante.

A sua estadia em Nova Iorque tinha sido cheia de problemas, pois a actriz com que tinha andado a sair no início do ano recusava-se a aceitar que a sua relação tinha acabado. Porque é que as mulheres mostravam tão pouca dignidade quando um homem punha um ponto final à relação?, perguntou-se, com amargura. E também tinha tido problemas em casa, na Toscana...

– Ricardo? – chamou ela, com suavidade.

– O que foi?

Angie estava de pé, a olhar para ele, perguntando-se o que fazia com que o seu rosto bonito parecesse tão preocupado.

– Sabes que a festa começa um pouco mais cedo este ano?

– Não me pressiones, Angie.

– Só queria recordar-te a hora.

– A que horas? – perguntou ele, irritado.

– Começa às sete e meia.

– E o restaurante já está reservado?

– Está tudo pronto. Vou agora para lá para verificar alguns detalhes de última hora. A única coisa que tens de fazer é aparecer lá.

Ricardo assentiu. Talvez tivesse tempo para dormir um pouco.

– Irei ao meu apartamento para mudar de roupa – disse ele. – Depois, irei directo para o restaurante. Não tenho nada urgente para tratar aqui, pois não?

– Nada que não possa esperar até segunda-feira.

Angie virou-se para se ir embora e, enquanto observava distraído a saia que tão pouco se ajustava às suas curvas, Ricardo recordou o embrulho que deixara no carro.

– Ah, Angie...

– Sim, Ricardo?

– Não costumas incomodar-te em arranjares-te, como as outras raparigas, pois não? – perguntou ele, devagar. – Para a festa do escritório, refiro-me.

Angie parou e tentou esboçar uma expressão de interesse amável antes de se virar para ele. A pergunta não só era inesperada, como também muito ofensiva para ela, embora tivesse a certeza de que não fora intenção do seu chefe ferir os seus sentimentos. É claro que ela se arranjava para a festa, mas os seus gostos eram diferentes dos das outras raparigas. Era inevitável, pois a sua idade também era diferente. Com vinte anos, podia comprar-se um vestido qualquer barato numa loja, enfeitá-lo um pouco e acabar com um aspecto invejável.

Mas ela tinha vinte e sete anos e era um pouco diferente. Não queria correr o risco de parecer vulgar. Por isso, comprava roupas de boa qualidade e estilo conservador. Roupas que nunca passariam de moda e que podia usar ano após ano. Além disso, no ano passado, usara um vestido bege lindo, com um colar de pérolas e tudo, recordou.

– Bom, visto qualquer coisa que tenha no armário – respondeu ela, decidida a esconder os seus sentimentos feridos.

– Pois, tenho um presente para ti no carro – disse ele. – Pedirei a Marco que o traga.

Angie pestanejou. Um presente? Normalmente, no Natal dava-lhe um bónus e uma caixa de vinho do seu vinhedo familiar da Toscana, que ela não costumava beber. Mas nunca lhe tinha oferecido nada pessoal. Alegrou-se, embora, de repente, dissesse para si que talvez ele suspeitasse que tinha pensado em deixar o seu emprego e quisesse persuadi-la a ficar. Não, Ricardo não costumava ser tão subtil.

– Meu Deus... – disse ela e encolheu os ombros, sem saber como reagir. – Que tipo de presente?

Ricardo percorreu-a com o olhar e sorriu.

– Uma coisa para vestires – murmurou ele. – Para a festa.