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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2008 Sandra Marton. Todos os direitos reservados.

A NOIVA REBELDE DO XEQUE, N.º 1167 - Novembro 2012

Título original: The Sheikh’s Defiant Bride

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2009

 

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência. ™ ®, Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-1340-3

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Prólogo

 

Reino de Dubaac, no início do Verão

 

O sol brilhava no céu pálido. Por baixo dos seus raios implacáveis, um pequeno grupo de homens permanecia imóvel sobre os seus cavalos, imerso no silêncio do deserto. Todos os olhares estavam fixos num cavaleiro cujo garanhão se mantinha afastado do resto e no falcão que se agarrava ao seu pulso enluvado. Finalmente, um dos homens aproximou-se do cavaleiro.

– Chegou a hora, Tariq – indicou, em voz baixa.

– Eu sei.

 

 

Chegara a hora, o seu pai tinha razão, porém, de algum modo, aquela última homenagem ao seu irmão Sharif estava a ser tão dolorosa como o seu enterro.

Como ia imaginar que uma tradição tão antiga ia atormentá-lo daquele modo? Tariq fora criado em Dubaac, mas vivia há anos no estrangeiro. Era um homem moderno, instruído, urbano e aquilo era apenas um gesto simbólico.

– Tariq?

Assentiu e levantou o braço. O falcão agitou-se à espera que lhe tirassem o capuz, mas Tariq desatou as correias que seguravam a ave. Depois de um segundo de hesitação, tirou-lhe o capuz e atirou-o para um lado. Pela primeira vez desde a sua captura e treino, aquele falcão era livre.

Então, Tariq levantou a cara para o céu abrasador.

– Sharif, meu irmão – disse, entusiasmado, – envio-te Bashashar para que tu e ele voem juntos para sempre na imensidão dos céus que cobrem a nossa terra.

Depois, lançou o braço para a frente e o falcão estendeu as asas e afastou-se a voar.

Durante um instante, ninguém se mexeu nem disse nada. Então, o sultão pigarreou.

– Já está. O teu irmão descansa em paz.

Tariq queria pensar que era assim, mas a morte repentina de Sharif era algo recente. O seu avião despenhara-se durante um voo rotineiro e tinham demorado vários dias a localizar o seu corpo.

– Era um bom filho – disse o sultão, em voz baixa. – Podia ter sido um bom governante para o nosso povo. Mas faleceu e temos de pensar no futuro.

Não era preciso dizer mais. O fardo da sucessão recaía agora sobre Tariq. E para garantir essa linha ininterrupta de governantes que se prolongava há séculos, era a sua responsabilidade casar-se e ter um filho varão.

«Oxalá Sharif se tivesse casado e tido filhos. Oxalá continuasse vivo», pensou Tariq, sentindo que as lágrimas queimavam os seus olhos cinzentos.

– Pensa no que aconteceu no resto das Nações quando se pôs um problema de sucessão – disse o sultão, interpretando mal o silêncio de Tariq. – É isso que queres para o nosso povo?

– Não tens de me convencer de nada, pai – replicou ele. – Cumprirei com o meu dever.

– É assim que eu gosto. Regressemos ao palácio para homenagear o teu irmão.

– Vai à frente com os outros. Preciso de estar sozinho por um instante.

Tariq desmontou do seu cavalo. Deu-lhe uma palmadinha no pescoço e voltou a olhar para o céu.

– Uma esposa, Sharif – disse, em voz baixa. – Tenho de procurar esposa por tua causa – sorriu, pensando que, se o seu irmão conseguisse ouvi-lo, entenderia aquela brincadeira, já que ambos a partilhavam desde crianças. – E de onde vou tirá-la, eh?

O sussurro do vento foi a sua resposta.

– Devo deixar que o meu pai e o conselho procurem uma esposa? Já sabes quem seria. Abra, que me mataria com a sua conversa. Ou Lilah, que não demoraria a ficar mais gorda do que eu.

O vento voltou a sussurrar.

– Todos os homens têm o direito de escolher a sua esposa. Onde a encontrarei, Sharif? Nas Nações? Na América? O que achas?

Sharif não estava ali para responder, mas não foi necessário. Tariq sabia o que lhe teria dito.

A esposa perfeita não podia ser americana. Na América só existiam dois tipos de mulheres: as frívolas interessadas em coisas sem importância e as teimosas defensoras da igualdade. Não podia funcionar.

Queria uma esposa atraente, mas requeria outras qualidades. Tinha de ser agradável, capaz de manter uma conversa à mesa com imenso tacto.

Em resumo, a esposa perfeita devia entender o seu papel como consorte, mas não como sua igual. Um herdeiro ao trono precisava desse tipo de mulher. A verdade era que qualquer homem quereria ter uma mulher assim. E o lugar onde a encontrar era ali, entre o seu povo.

Fora educado nos Estados Unidos. Vivia e trabalhava lá, mas, de agora em diante, a sua vida seria regida pelos costumes de Dubaac, onde os homens mandavam nas suas casas e nas suas esposas.

Tariq levantou o olhar e viu Bashashar a voar sobre a sua cabeça.

Alguns diriam que aquilo era um sinal. E ele não acreditava naquelas coisas. Mesmo assim, quanto mais pensava em onde encontrar esposa, mais atraente era a ideia de restringir a sua busca a Dubaac e, se fosse necessário, às outras Nações.

Problema resolvido. Ficaria uma semana em Dubaac. Talvez duas, mas não mais.

Afinal de contas, não seria assim tão difícil encontrar a esposa adequada.